quinta-feira, 12 de junho de 2014

JEITINHO ( Rafael Maniçoba )

Poesia que estará no meu próximo livro!


Hídricos tatos,
Não envergonhados,
Pudores atrofiados,
Por peita dos chaveiros de ouro.

Olhos baixos,
Já desleixados;
Valores dantes, deixados,
Amarrados nas mesas das suas casas.

E os caminhos
Desérticos, desolados,
Cambiados por atalhos,
E os retirantes sem passaporte.

Poderiam os donos das arcas
Inventarem desvio do fim,
Eternizar nas bocas, seus marfins,
Não putrefar suas cadáveres?

Penam os que não escolheram,
Elaboram a grande safra;
Alheios, moldam sua massa,
Sem pão, alimentam quem nunca ceifou.

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