domingo, 11 de novembro de 2012

A ÁRVORE DO PAJEÚ

( do meu livro: ALÉM DO QUE VEMOS )
No paço da capela antiga,
Contra o tempo e a existência,
Meus olhos ressurgem numa tarde;
Ao cair do sol sereno
No cruzeiro se fita,
Em um silencio se aflige
Numa nostalgia transbordada.
Nesse passado cortejo
Aquelas moças com seus vestidos floridos,
Nas procissões cheias de fé
A acompanhar e a reverenciar
O andor do Bom Jesus dos aflitos.
Aqueles pirotécnicos a enfeitar
A noite, a alegria...
De um povo a entoar uma canção
Cheios de esperança, de vigor...
Naquele chão de sertão.
Mas um cheiro me acordou
Nessa noite que brotou
As flores novas nos tamarindos
E na realidade me vejo,
O sonho passou...
Tal qual aquele tamarindo frondoso
Enraizado nesse chão tão querido
Habitará um dia meu coração,
Tranquilo, sereno...
Nesse chão de sertão.


RAFAEL MANIÇOBA

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